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Exposição de escultura e fotografia

Convite

EXPOSIÇÃO DE ESCULTURA E FOTOGRAFIA

https://www.facebook.com/events/365895473596408/

Manuel Cruz Prada, escultor

Daniel Rodrigues, fotógrafo

Datas: de 11 de Abril a 3 de Maio de 2015

Inauguração: dia 11 de Abril, pelas 16:00h

Local: Galeria Municipal Tomás Costa

GPS: 40.83524,-8.48011

Morada: Avenida Eng. Arantes de Oliveira, Oliveira de Azeméis

Organização: Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis

Apoios: Oceano de Ideias e FOTOGRAFIA Portugal

 

Esculturas expostas de Manuel Cruz Prada

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Escultura “Aldeia global” (Global village)

Escultura “Essência feminina” (Feminine essence)

Esculturas de Colecção “O outro lado do subtil” (The other side of subtle)

Esculturas de Colecção “Luxúria” (Lust) denominadas “Fonte de prazer” (Source of pleasure)

Esculturas de Colecção “Senhoras” (Ladies)

 

Awá Guajá, a lutar pelas origens, de Daniel Rodrigues (fotografia)

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A tribo indígena Awá Guajá vive na Floresta Amazónica, no estado brasileiro do Maranhão, dividida em quatro aldeias: Awá, Tiracambú, Juriti e Guajá. Um total de 400 pessoas a viver o mais perto possível da pureza das suas origens. Os dias de caça são longos, mas não poupam ninguém: hoje, crianças e mulheres encabeçam também as expedições pela densa floresta. Aqui não há idades certas (a última destas famílias foi descoberta à menos de dez anos), apenas o dia-a-dia da sobrevivência.

A ajuda das instituições responsáveis pela sua preservação leva até à comunidade poucas palavras em português, roupas de uma sociedade urbana e raros utensílios para uma vida diária facilitada. Mas o objectivo é ser mais um braço na luta contra a invasão crescente de madeireiros em busca do bem mais precioso da floresta amazónica, das árvores que lhe dão o sobrenome: Pulmão da Terra.

 

Sobre o escultor MANUEL CRUZ PRADA:

Foto Manuel Cruz 1

Linguagens da natureza matérica, das tecnologias industriais e do artefacto humano

O contributo inovador mais decisivo para a revolução formal e conceptual da “escultura em português”, não pode deixar de atribuir-se à influência marcante de alguns autores, no último quartel do séc. XX, de entre os quais se destacam, a título exemplar, M. Ferreira da Silva, Fernando Conduto, Hélder Baptista, Charters d’Almeida, Dorita Castel-Branco, Figueiredo Sobral, Zulmiro de Carvalho, Virgílio Domingues, Jorge Vieira, João Cutileiro, José Rodrigues e Francisco Simões…

De uma mais recente plêiade de criadores, surgida nas décadas de oitenta e noventa, novos valores viriam a salientar-se, quer assumindo novas atitudes conceptuais e diferentes posturas, em relação a algum revivalismo emergente, ainda, das morfologias alegóricas tradicionais, quer postulando acepções estéticas portadoras de significância sociocultural diversa, ou explorando atributos recônditos da linguagem dos materiais primários, tratasse-se de pedras-rocha e madeiras, de metais ou produtos industriais, reabilitados para a expressividade plástica, táctil e volumétrica, apoiada em avanços tecnológicos da actualidade contemporânea.

Manuel Cruz Prada – que, em 1988, ensaia a cerâmica e faz a sua primeira aparição no IPJ, em Braga – tende a aproximar-se, a pulso, da notabilidade alcançada por escultores investigacionais de dimensão monumental, mensageiros de “novas formas da fala humana”, como Manuel Patinha, Paulo Neves, Abílio Febra, J.A. Nobre, Xico Lucena, e, entre outros, de gerações igualmente próximas, como Carlos Botelho, Isaque, Rogério Timóteo, António Canau (Espadinha) já firmados, porventura, em percurso e obra, mais sólida e matura.

Discípulo de José Rodrigues , ele beneficia de um raro privilégio, a “porta, sempre aberta, do atelier” do Mestre, tendo sabido conquistar a sua atenção e um afecto lateral ao domínio do pensamento crítico: […] “As tuas aventuras, foram-se transformando em “coisas” orgânicas, sensuais e eróticas. Fizeste bem em ter visitado o atelier do mestre Brancusi – agora é contigo! – a estrada é imensa …O céu está coroado de estrelas, escolhe uma e segue-a” .

Deve salientar-se a dignidade da sua presença no Museu da Pedra de Cantanhede, onde exibe peças de desenvolvimento temático, de admirável carga simbológica e técnica experimental apuradíssima, em que o desenho estrutural e a dinâmica espacial interagem, exprimindo-se, com hierática eloquência, nas linguagens da natureza matérica, das tecnologias industriais e do artefacto humano: o Aço Inox, o bronze e o mármore.

Posto que a valia do seu trabalho merecesse, ainda e, mesmo aqui, um mais amplo e detalhado estudo analítico, saliento esta inspirada recensão, a respeito da sua obra: […] “la contundencia de quien logra expresarse tras una búsqueda seria y profunda, con un dominio técnico que no es sino el imprescindible soporte material de una magnifica concepción” .

Coopto este esperançoso e lapidar augúrio, recente, ainda, decalcado de José Rodrigues, seu mestre e amigo, também, como fecho desta breve apresentação de Manuel Cruz Prada, com certo sabor premonitório: “o tempo se encarregará de falar/escrever sobre as tuas coisas”!

José-Luis Ferreira

Caramulo

2007-07-05

[1] nasc. Luanda, 1936, Escultor pela (ESBAP), onde foi professor, até 1998. É um dos fundadores da Cooperativa Árvore, ligado à organização das bienais de Vila Nova de Cerveira e referência nacional na arte da escultura.

[2] Brancusi, Constantin (1876-1957) The Essence of Things Tate Modern – London, 2004, citado por José Rodrigues, em carta de 2005.

[3] extracto de um texto original de Elena Kravetz, Córdoba, Argentina, 2005.

 

Sobre o fotógrafo DANIEL RODRIGUES:

Daniel

Nascido em Compiègne, na França, em 1987, Daniel vive em Portugal, perto do Porto, desde dos seus 10 anos.

Daniel Rodrigues tornou-se um fotógrafo profissional após a passagem pelo Instituto Português de Fotografia (2008). A sua carreira começou no jornal português, Correio da Manhã, e também trabalhou na agência Global Imagens, responsável por fotografias em jornais como Jornal de Notícias, Diário de Notícias e O Jogo.

Em 2013, Daniel ganhou o World Press Photo, na categoria “Daily Life”, com uma fotografia de futebol tirada na Guiné Bissau. No mesmo ano, todo o trabalho sobre futebol na Guiné-Bissau foi homenageado no Prémio Estação Imagem.

Em 2014, ele ganhou um segundo prêmio no MIFA, Moscovo Photo International Awards, na categoria “Ensaio Fotográfico”, com o seu trabalho “Rapa das Bestas” e também uma Menção Honrosa com o seu trabalho “Awá Guajá”.

No mesmo ano, estes dois trabalhos ganharam uma menção honrosa no Concurso de Fotografia NDAwards na categoria “Fotojornalismo / Story.

Em 2015, Daniel foi considerado o terceiro fotógrafo do ano 2014 num dos mais prestigiosos concursos do fotojornalismo, o POYi.

Daniel está actualmente com sede em Portugal. Ele trabalha como fotógrafo freelancer em todo o mundo.