Cabo Mondego – a ligação entre a um monumento natural e a pegada humana
Considerado Monumento Natural, de inegável importância nacional e internacional devido sobretudo aos seus afloramentos jurássicos, o Cabo Mondego foi fotografado por Janine Barreto entre 2017 e 2021, tendo procurado captar as suas principais características, bem como da área envolvente. Dotado de uma beleza natural única, o Cabo Mondego estabelece ligações singulares a nível paisagístico, com todos os elementos que ali convergem: montanha, mar, praia e falésias.
Toda esta zona sofreu um profundo desgaste, fundamentalmente devido à ação humana e à indústria que explorou o local durante mais de dois séculos, apenas cessando a sua atividade em 2013. Assim, o objectivo deste projecto é também, partilhar o local neste período da história e consciencializar o público, despertando o seu sentido crítico.
Exposição:Ver exposição “Cabo Mondego”
Enquadramento:
Inserido no contexto da Bacia Lusitânica, o Cabo Mondego situa-se a aproximadamente 6 km a noroeste da Figueira da Foz, ladeado a este pela Serra da Boa Viagem, onde se encontra o ponto mais elevado desta região (com a cota de 258 m, denominado Miradouro da Bandeira).
Em 2007 foi classificado como Monumento Natural, sendo objetivo primordial a proteção e a conservação do património natural existente, bem como a promoção da investigação científica naquele local.
A área protegida abrange cerca de 117,68 hectares, sendo que a maioria dos seus valiosos registos geológicos se encontram junto ao mar, ou mesmo submersos. Constitui-se como um dos testemunhos mais importantes da história geológica de Portugal, mas também revelador de episódios da história da Terra, fundamentais para a compreensão de fenómenos e eventos ocorridos durante o Jurássico Médio, abrangendo um período temporal entre os 185 e os 140 milhões de anos.
Desde 2016 que ostenta um Golden Spike, ou Prego Dourado, classificação atribuída pela IUGS (Internacional Union of Geological Sciences), demonstrando o reconhecimento da comunidade científica da existência de elementos geológicos fundamentais e simbólicos da Era Bajociana, transformando o Cabo Mondego em local único, a nível mundial, de referência deste período do Jurássico Médio.
Exploração Industrial:
Considerada a mais antiga exploração carbonífera do território nacional, a Mina de Carvão do Cabo Mondego faz-nos recuar ao início da segunda metade do século XVIII, quando da descoberta da matéria-prima e início da lavra deste precioso recurso, que ocorrerá desde 1773 até 1967, alguns anos depois de um violento incêndio, que em muito contribuirá para o seu encerramento definitivo. Fator fundamental para o desenvolvimento económico desta região durante décadas, a Mina de Carvão do Cabo Mondego apresenta um longo historial, constituindo-se também como um elemento fundamental para a compreensão da atividade mineira em Portugal, apesar do reduzido valor comercial do carvão extraído, assim como de uma pesada e dispendiosa logística do seu transporte até aos principais centros de consumo. Independentemente da reduzida competitividade, dada a também reduzida dimensão do mercado português consumidor desta matéria-prima, a estratégia a partir dos primórdios do século XIX passou pela instalação progressiva de outros tipos de produção.
Paralelamente, a investigação científica focou-se desde cedo nesta área geográfica, sobretudo para investigadores que ali encontraram valiosos recursos, quer ao nível do estudo, quer ao nível educativo, proporcionando o acesso e recolha de espécimes, bem como a sua integração em coleções museológicas, de inegável valor científico.
O duradouro percurso deste complexo industrial, de que sobressai não só a exploração carbonífera mas também o fabrico da cal, do cimento natural, de materiais cerâmicos, do vidro, remetem-nos igualmente para factos históricos relevantes, memórias com mais de dois séculos e cuja importância continua a ser merecedora da atenção de investigadores das mais diversas disciplinas científicas, dada a importância deste conjunto patrimonial.
Autor:
Janine Barreto
Site: https://janbarreto.wordpress.com/
Instagram: https://www.instagram.com/janineb.sde/
Breve CV: Janine Barreto nasceu em 1988, na Figueira da Foz, tendo completado a sua formação académica na área da música. Recentemente começou a aperfeiçoar o seu olhar artístico e crítico através da fotografia. Este seu percurso começou em Lisboa, com a fotografia de rua, onde no decorrer dos anos 2017-2019, realizou o projeto “retrato turístico”, uma reflexão acerca dos efeitos do turismo em massa na capital, mais concretamente nos bairros históricos. O regresso à sua terra natal serviu de inspiração para a realização do seu mais recente projeto: “Cabo Mondego, a ligação entre um monumento natural e a pegada humana” (2017-2021), registo que surge não só com o intuito de partilhar o local, pela sua importância histórica singular, pedagógica e cultural, mas também com o objetivo de consciencializar o público sobre o tema, despertando o seu sentido crítico.
Ler também notícia acerca do livro “Cabo Mondego – a ligação entre um monumento natural e a pegada humana”, com fotografias de Janine Barreto, que se encontra à venda pelo PVP de 7,00 € nos seguintes locais:
Encontre no Google Maps os locais onde o livro se encontra à venda:
- Biblioteca Municipal da Figueira da Foz: https://goo.gl/maps/Mar4ZRVP1Z6Jtx2S7
- Núcleo Museológico do Mar: https://g.page/museu-mar?share
Parceiro:
FOTOGRAFIA Portugal ®
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