Exposição de fotografia de Danny Bittencourt
Tantas vezes anestesiamo-nos com falsos sorrisos e imagens superficiais. Me parece que afastar a dor dos nossos olhos e dos olhos dos outros é o mais escolhido entre aqueles que preferem não sentir. O trabalho traz como proposta, sentir. Entender e expor. E assim incentivar que o expectador também sinta e também encare suas angústias e agudos. Sentir faz com que a vida pulse de maneira mais profunda, negar a dor é como viver na superfície, inerte.
O “200 dias para dentro” nasce da dor. Como numa clichê poesia shakespeariana, a artista se vê obrigada a se afastar do grande amor de sua vida por 200 dias. Nesse período, além da produção de imagens e textos para dar conta da agressividade de uma distância imposta, a artista entende que a exposição do sentir se fazia necessário. Que mesmo fechada para o mundo, suas imagens convidam para um diálogo. Uma reflexão sobre entender e encarar aquilo que machuca. Um convite para que o expectador também se enxergue e se enfrente. Um trabalho poético, sensível e profundo.